HISTÓRIA DA FEIJOADA
Fonte de pesquisa: https://escolakids.uol.com.br/historia/a-historia-da-feijoada.htm
HISTÓRIA DA FEIJOADA
Conheça a História
da Feijoada e o modo como ela se associa à História do Brasil.
Fonte de pesquisa:
https://escolakids.uol.com.br/historia/a-historia-da-feijoada.htm
Acima, um típico
cozido de feijoada
Por
muito tempo houve uma crença disseminada de que a feijoada era
um prato genuinamente pertencente à culinária brasileira. E mais que isso:
houve uma narrativa, articulada a partir dessa crença, que dizia ter sido a
feijoada um tipo de culinária desenvolvido exclusivamente no âmbito das
senzalas pelos escravos.
Essa
narrativa acrescentava ainda que, na falta de alimentos mais consistentes e de
qualidade, os escravos produziam uma espécie de cozido, cuja base era o feijão
preto, no qual introduziam restos das carnes de animais – em especial, o porco
–, como vísceras, orelhas, focinho, etc. Para dar maior consistência ao cozido,
os escravos ainda acrescentavam alguns legumes, verduras e folhas, como a
couve.
Entretanto,
alguns pesquisadores que se debruçaram sobre a história da alimentação no
Brasil, tais como Carlos Augusto Didati, contestaram essa versão da história da
feijoada. Além de fornecer o apontamento de que a feijoada, ou o tipo de cozido
que leva feijão, carnes e outros ingredientes, já era um prato muito consumido
na região sul da Europa, incluindo os países ibéricos, como Portugal, esses
pesquisadores também apontaram para o fato de que a nutrição dos escravos no
Brasil não poderia ser precária, tal como se asseverou outrora.
Além
disso, a alimentação dos escravos tinha como elementos principais o milho (do
qual se obtinha variados pratos, incluindo o angu), a mandioca, vários tipos de
legumes e o feijão, que era consumido, a rigor, apenas temperado com sal e
gordura e com rara presença de carnes acrescidas ao seu cozimento.
As
pesquisas históricas mais recentes indicam que um prato como a feijoada só
poderia ser, de fato, preparado e consumido por quem tinha condições sociais
mais abastadas e um repertório de culinária mais amplo; provavelmente, pessoas
que frequentavam a corte na cidade do Rio de Janeiro. Esse prato, diga-se de
passagem, era anunciado nos restaurantes sempre com uma alusão de que já
existia fora do país, portanto, a “nossa feijoada” era um prato adaptado, como
pode ser visto neste anúncio do Jornal do Comércio, de 1849, cujo título
é Feijoada à Brasileira:
“Na
casa de pasto junto ao botequim da Fama do Café com Leite, tem-se determinado
que haverá em todas as semanas, sendo às terças e quintas-feiras, a bela
feijoada, a pedido de muitos fregueses. Na mesma casa continua-se a dar
almoços, jantares e ceias para fora, com o maior asseio possível, e todos os
dias há variedade na comida. À noite há bom peixe para a ceia.” (Jornal
do Comércio, 5 de janeiro de 1849.)
Esses
esclarecimentos sobre a história da feijoada não querem dizer, contudo, que ela
não seja um dos pratos típicos do Brasil, haja vista que se tornou um dos mais
apreciados entre o povo brasileiro, seja qual for a classe social. Esses
esclarecimentos dizem apenas que a feijoada não é um prato genuinamente, isto
é, plena e exclusivamente, desenvolvido aqui no Brasil.
Por Me. Cláudio Fernandes
Por Cláudio Fernandes
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